Clientes denunciam empresa de festas por cancelar casamento e descumprir contratos em Juiz de Fora
12/12/2024
Noivos relatam desorganização e negligência na realização de eventos; um casal, por exemplo, ingressou com uma ação judicial contra a Granjas da Gil. Pelas redes sociais, local disse que está comprometido em dar respostas e buscar soluções. Granjas da Gil, em Juiz de Fora
Rodrigo Neves/TV Integração
Uma empresa de eventos de Juiz de Fora tem sido alvo de diversas queixas de clientes, que relatam descumprimento de contrato, desorganização e negligência na realização de festas de casamento. Recentemente, um casal de noivos ingressou com uma ação judicial contra o local.
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Pelas redes sociais, a Granjas da Gil disse que está comprometida em dar respostas e buscar soluções, mas não garantiu a realização das cerimônias vendidas. (Veja mais abaixo o pronunciamento completo).
'Desde a cerimônia até a festa, foi um desastre'
Mais uma empresa de festas é denunciada em Juiz de Fora
Em entrevista à TV Integração, a advogada Laura Siqueira Castro Rocha contou que foi procurada por um casal, que não quis dar entrevista, e que teve o casamento realizado em dezembro de 2022, mas enfrentou problemas durante o evento. Na época, os clientes moravam em Leopoldina e decidiram se casar em Juiz de Fora.
No entanto, ao chegar ao local alugado, eles alegaram que diversos itens contratados, como decoração e serviços de buffet, não foram entregues conforme o combinado, resultando em uma experiência frustrante.
“A Granjas da Gil é um espaço conhecido, então meus clientes contrataram o serviço, que incluía buffet, decoração, local e outras coisas”, disse a advogada.
Imagem mostra a decoração pedida e a decoração feita
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Segundo ela, o casal pagou o valor inicial e, ao longo do contrato, foram feitas promoções no grupo de WhatsApp criado pelo responsável da empresa. Nele, teriam sido oferecidos itens adicionais com descontos.
“Meus clientes adquiriram convites extras e bebidas específicas. As expectativas só aumentavam, pois parecia que seria uma festa maravilhosa. Infelizmente, não foi o que aconteceu. Desde a cerimônia até a festa, foi um desastre", completou.
No final, o valor total do evento ultrapassou R$ 17 mil, mas os noivos alegam que diversos serviços não foram entregues, como, por exemplo, as flores escolhidas, além de a chopeira ter apresentado problemas e os convidados terem ficado duas horas sem bebida.
“Solicitei 50% de indenização pela quebra do contrato e danos morais. Também pedi que fosse decretada a revelia dos réus, já que foram devidamente citados, mas não apresentaram defesa. Com a revelia, tudo o que alegamos passa a ser considerado verdade. Agora, aguardamos a sentença que definirá a condenação", finalizou.
Noivos estão apreensivos com o casamento
Bárbara Chamhum e Alexandre Vargas
Rodrigo Neves/TV Integração
Já os noivos Bárbara Chamhum e Alexandre Vargas pagaram quase R$ 30 mil pelo casamento e, em entrevista à TV Integração, disseram que, depois das reclamações de clientes da empresa, agora estão apreensivos.
“Alguns clientes e amigos haviam realizado seus casamentos com a empresa e tudo ocorreu bem, o que nos motivou a contratá-la, atraídos pelo preço, pelas boas condições oferecidas e por um pacote completo que atendia às nossas expectativas”, contou a empresária.
A noiva disse que recebeu uma mensagem de um desconhecido, que contou que a festa dele, marcada para o último sábado (7), foi cancelada pela empresa, que alegou um déficit de R$ 16 mil.
“Eles tiveram que investir quase esse valor para realizar a festa, que foi um desastre. Ele me enviou prints de outras pessoas com experiências negativas, o que gerou grande preocupação", complementou.
70% dos pedidos de cancelamento em menos de 10 dias
No site Reclame Aqui, diversas reclamações mencionam a empresa Granjas da Gil, apontando descumprimento de contrato, desorganização e negligência. Diante de tantos relatos, clientes com contratos fechados e eventos marcados estão apreensivos, e muitos alegam que não conseguem mais contato com o responsável.
Nas redes sociais, por sua vez, a empresa também afirmou estar avaliando os prejuízos após registrar cerca de 70% de pedidos de cancelamento em menos de 10 dias e garantiu que, até o momento, não declarou falência.
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Procon registra queixas
Em junho deste ano, a Agência de Proteção e Defesa do Consumidor (Procon) de Juiz de Fora registrou uma queixa de clientes que enfrentavam dificuldades para cancelar o contrato, que não estava sendo cumprido.
Conforme o Procon, a reclamação ainda está em andamento.
"Se não cumprirem o contrato, a recomendação é procurar imediatamente o Procon e guardar documentos, como e-mails, comprovantes de pagamento, recibos e conversas no WhatsApp. Isso é fundamental para reunir provas robustas e formalizar uma reclamação bem fundamentada", orientou Magno Santos, gerente de Atendimento do Departamento de Atendimento ao Consumidor.
O que diz a empresa?
“Boa tarde a todos,
Pedimos desculpas em um primeiro momento a uma nota oficial feita de uma forma tão pessoal, e sem a assessoria de um setor jurídico para isso, até aqui, sempre levamos tudo em âmbito pessoal mesmo, entendendo que o fator humano é o grande coração por trás de uma empresa.
Recebemos a notícia de nossa queda por terceiros, não tivemos o mínimo tempo de posicionamento e muito menos de assimilação e de dimensionar o rombo por trás dessa situação.
Temos um histórico de 15 anos de empresa, já fizemos isso uma vez e voltamos a convidá-los a fazer uma viagem ao tempo em nosso Facebook em nosso primeiro post, de onde saímos até chegar na empresa com o maior volume de casamentos entregue ano na cidade! E vão ver que aqui dentro, tudo sempre foi feito com total amor, carinho e respeito ao cliente!
Na pandemia, tivemos o congelamento de média de 120 contratos, vendidos por valores de 15 a 50.000,00 cada.
Quando as coisas melhoraram, optamos em entregar todas as festas sem o repasse de uma inflação interna de 3x o nosso valor de venda para o cliente. Conhecíamos do mercado, sabíamos da nossa capacidade comercial, e com muita maestria foi iniciado a entrega das festas. E por um ano e meio, não deixamos de entregar uma única festa!
Todas as festas congeladas, foram entregues!
Visualizamos, o quadro de retomada, mas não prevíamos que ali seria uma das crises apenas que enfrentaríamos.
Depois dessas entregas, chegou a vez da devolução de recursos, de clientes que haviam cancelado, iniciamos as devoluções, muitas com valores integrais, até que a empresa não se via em condições de segmentar por esse caminho, foram feitos alguns acordos futuros pra essa devolução, e prosseguimos com toda força mais uma vez a gestão de uma nova crise, interna!
Com o volume de entregas, média de 100 festas anuais, foram chegando reclamações, e feedbacks negativos, dentro de uma margem plausível, mas que enfraqueceram mais um tanto o negócio.
Naquele momento, começamos uma reestruturação de qualidade, ativamos a força do nosso marketing, e segmentamos a reconstrução da nossa credibilidade, dando literalmente a vida por isso.
Enfrentado diversas crises, em tão curto prazo, não prevíamos uma crise ainda muito pior!
Fizemos a ativação do cerimonial da granja, aonde o mercado não parou mais de bater na gente, uma briga que colocou não só os cerimoniais contra a empresa, mas todos os fornecedores que aqueles cerimoniais indicavam.
Aos poucos, fomos mostrando para o mercado, que somos uma empresa democrática, e que não estávamos limitando nenhum fornecedor, nem mesmo os cerimoniais de trabalharem conosco.
Uns aceitaram bem, outros não!
E os que não aceitaram, juntaram-se a todas as crises citadas, e fizeram virar uma crise só.
Até que chega um momento interno, muito duro, a empresa totalmente sem credibilidade, com o volume de vendas indo praticamente a zero.
Continuamos remando com toda força que cabia em nós.
Quem está fora não sabe, mas quem estava dentro sabe o quanto de suor foi empenhado em fazer dar certo, temos bilhões de provas, que tudo foi feito único e exclusivamente pensando em reorganizar a empresa, entregar as festas e retomar nosso ponto de equilíbrio.
Porém, com tudo isso, além de alguns bloqueios judiciais, na última semana, estudamos a possiblidade de entrar com uma reestruturação empresarial, mas de forma maldosa, alguém falou que declaramos falência e havíamos fugido.
Quando você pega uma empresa que vem enfrentando, várias crises reais, e você comunica que ela faliu, e o responsável fugiu, ao menos momentaneamente, a situação fica incontrolável.
A mídia reverbera às coisas hoje, em uma velocidade, infinitamente impossível da capacidade humana de lutar contra. Então até aqui, ninguém declarou falência, "será declarado?"
Precisamos dimensionar o tamanho desse prejuízo.
A empresa vai entregar as festas vendidas? Já tivemos ao menos 70% da solicitação de cancelamentos em menos de 10 dias do nosso quadro de entrega. Vamos de fato precisar entender o tamanho do problema para respostas tão precisas.
O que temos de posição,
Primeiro, nossos clientes não vão ficar sem resposta ou solução!
Quando uma empresa de eventos "fali", ou comunica dificuldades, de imediato o julgamento social de "calote", "golpe".
Vamos ver o que a empresa tem pra mostrar?
Porque se a empresa x, y ou z, deram algum tipo de golpe.
Afirmamos com 1001% de legitimidade, que aqui, não teve na além, de alguém que fez de tudo pra reerguer esse negócio, e que toda nossa operação, ou ao menos 90% dela (digo recebimentos e pagamentos) foram feitos por transações de pagamento on-line, (ou seja), temos como mostrar, que não foi o nosso caso".
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